Para
falar das Fases do Desenvolvimento Infantil irei recorrer a um dos autores
mais conhecidos sobre esse tema – Jean Piaget, que estudou detalhadamente
todas as fases do desenvolvimento da criança e a psicogênese do conhecimento.
Além de suas obras, muitos autores fazem referência aos seus estudos.
Para PIAGET o conhecimento não está no
sujeito, nem no objeto exclusivamente, mas na interação indissociável entre
ambos. A criança entra em contato com o objeto, experimenta-o por meio de seus
sentidos, usa-o de todas as formas e define-o pelo uso que faz dele. A
inteligência estrutura-se elaborando formas de adaptações progressivamente mais
complexas. O ato de conhecer precisa de conteúdos externos para que se efetive,
sendo assim, implica a necessidade e a possibilidade de trocas entre o sujeito
e o meio físico, social, natural e cultural.
Dessa forma, a criança que possui ambiente
limitado, que não favoreça a interação entre o sujeito e o objeto, e adultos
que não estimulem adequadamente, podem sofrem déficit na aprendizagem, mesmo
que não apresentem deficiência biológica.
Jean Piaget explica através da psicologia genética, que a criança desenvolve-se a partir do momento que começa a interagir
por meio de ações cognitivas concretas, ou seja um processo de construção de
estruturas lógicas sobre os objetos ao seu redor. Este autor classifica o
desenvolvimento intelectual/cognitivo das crianças em etapas ou estágios, sendo
que em cada fase obedece a uma seqüência e tempo de permanência determinados
pelo qual a criança vai dos conceitos básicos para o complexo, como sendo cada
fase pré-requisito para a próxima:
Sensório-motor (zero a dois anos): Nesta
fase a criança explora o mundo através dos sentidos, isto é, ela precisa tocar,
provar os objetos. Nesse estágio as ações geralmente não são intencionais, a
aprendizagem ocorre “acidentalmente”, por reflexos.
Período Pré-operatório (dois a sete anos): Corresponde ao período da educação pré-escolar. Esta fase
apresenta alguns estágios diferenciados: estágio egocêntrico (dois a quatro
anos) e estágio intuitivo (cinco a sete anos). Aparece a função simbólica,
isto é, os objetos começam a serem representadas por símbolos: um cabo de
vassoura é cavalo, uma cadeira empurrada é um trem, etc. É uma fase fortemente
egocêntrica (a criança se vê como o centro de tudo que acontece ao seu redor) e
caracteriza-se pela irreversibilidade, ou seja, a criança considera que todos
pensam como ela. A noção de espaço, adquirida por volta de dois anos, antecede
a noção de tempo, surgindo por volta dos quatro anos. A criança também não
consegue ainda entender transformações, mesmo que elas ocorram na sua
presença.
Período Operatório Concreto (sete a onze anos): A criança já consegue usar a lógica para chegar as soluções da maior parte dos problemas concretos. Entretanto, sua dificuldade aumenta quando se trata de lidar com problemas não concretos.
Período Operatório Formal (onze a quinze
anos): O pensamento lógico já
consegue ser aplicado a todos os problemas que surgem (o que não implica dizer
que todo adolescente é totalmente lógico nas suas ações). Piaget também destaca
que o desenvolvimento das operações mentais depende de um meio rico de
estímulos. Em um ambiente adequado e propício, a criança desenvolve suas
potencialidades, favorecendo assim não só seu crescimento físico, como o
emocional e o social.
Fernanda
Spengler
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